Tu

Do alto do meu deslumbramento te vejo.
Impávida, serena, intocável.
Olhos numa quietude de quem acredita que a vida lhe deve algo extraordinário.
Tens na pele marcas invisíveis a olho nu.
Mas é pele que exala o cheiro das flores que nem existem mais.
Se foram com os poetas, suas musas e inspirações divinas.
Se foram com a bondade e o amor verdadeiro.
Se foram com o poder de um sorriso sincero.
Se foram, mas ficaste tu.
Tu que tens no sorriso uma janela, não só pra tua alma, como também pra minha.
Basta sorrir pra me deixar feliz.
És dona de uma voz que, qualquer palavra que pronuncies,
Ecoa por horas em minha mente.
Danças, não porque gosta, mas porque teu corpo pede.
É a forma mais natural que consegues lhe imprimir algum movimento.
E ainda desafias a ciência, já que mantendo os dois pés no chão,
Consegues, vez ou outra, beliscar as nuvens.
Mas a ciência pertence aos homens.
E os homens se rendem a ti.
E assim como eles, me rendo também.