A vaidosa

E assim, sem mais nem menos
Se fez palavra e rima
Quase em tons obscenos
Me pede que eu lhe suprima

A vontade de ser lida
De nascer de novo
De voltar a tomar vida
Nas palavras dos outros

Eu me esquivo
Não quero lhe ser escravo
Nem serei muito produtivo
A essa hora, no meu quarto

Mas não adianta, eu sei
Enquanto não for do seu jeito
E não tirar você do peito
Ficarei nessa angústia que eu criei

E assim, atormentado
Eu cedo aos seus pedidos de liberdade
Até o dia que você vai querer

Repetir o combinado
E num ato de vaidade
Se lançará para quem quiser ver.

Tenha piedade, tenha clemência.
Estou cansado dessa violência
Implique com outro. Se lance ao vento.
Me deixe em paz, só por um momento.